As Nossas Festas

Começam já a ouvir-se, ainda que de forma ténue, os sons da festa. Sente-se já a azáfama com os preparativos finais para que tudo corra de feição. O cartaz foi criteriosamente estudado pela comissão vigente com o intuito de agradar à maioria e com a consciência que agradar a todos é uma meta inatingível. O maravilhoso parque vestiu-se de um verde espesso e cobriu de sombras as mesas de pedra, convidando ao merecido repouso dos visitantes. A banda afina os últimos acordes, esmiúça novos trechos para se mostrar audaz, afoita e brilhante no despique. A ansiedade começa a instalar-se por cá e passa a viver, paredes-meias, com o povo da Correlhã, cioso das suas tradições e dos seus costumes. As portas da nossa alma abrem-se, hospitaleiras e francas, aos forasteiros que nos visitarão; Vêm aí as festas da Senhora da Boa Morte.

Importa, no entanto, lembrar que a Senhora da Boa Morte é muito mais que uma romaria anual com música e foguetes, tascas e diversões, danças e folias que se esgotam em três grandes dias de festa. Ao pensarmos «Senhora da Boa Morte» temos, forçosamente, que entender dois factores de elevada importância que se complementam numa perfeita e harmoniosa simbiose: o Santuário e o parque envolvente. Sem o templo, o parque da Boa Morte seria vazio. Sem o parque, o templo ficaria mais pobre e mereceria com certeza menor atenção e assiduidade por parte dos devotos. Se é verdade que há, inevitavelmente, aqueles que ano após ano vêm pela devoção à Senhora da Boa Morte, não é menos verdade o grande número dos que se comprometem a voltar depois de uma primeira visita, completamente fascinados pela beleza e grandiosidade do Santuário e não menos encantados com a paz e tranquilidade reinantes no parque.

 Desnecessário será dizer que a sustentabilidade deste magnífico espaço verde, a juntar aos cuidados quase permanentes a ter com o santuário, tem custos elevados, que ano após ano, são suportados pelos donativos dos devotos e pelas receitas que a comissão de festas vai conseguindo das mais engenhosas e laboriosas formas. Daqui se depreende que a comissão de festas de Nossa Senhora da Boa Morte não é mais do que um grupo de pessoas ao serviço da confraria, procurando de forma desinteressada trabalhar para o bem comum.

Foi precisamente a isso que nos propusemos quando aceitamos a difícil, mas não impossível, tarefa de realizarmos as festas da Boa Morte 2010. Tenhamos nós a capacidade de sermos mentes abertas, capazes de aceitar sugestões e alterar rotinas. Que a Senhora da Boa Morte, como medianeira junto de seu filho, nos conceda a capacidade de agir no sentido de que as Festas da Senhora da Boa Morte e do Senhor do Socorro, continuem a dignificar a nossa almejada Correlhã.

 

A Comissão de Festas